Conto erótico inédito de junho, com uma pequena prévia para os assinantes ainda desavisados ;)!
Eu estou tirando uma carta do baralho. Seguro o movimento, suspiro, e te olho.
Meio por cima dos óculos, tentando ficar séria, os lábios quase fazendo bico. Você esperando eu rir pra começar a gargalhar. Sua gargalhada que sempre vem aos poucos, que é quase uma fala, de quem abre espaço, perguntando antes de entrar.
Meus olhos ficam pequenos, ao sorrir bem grande.
— Acho que a gente vai se divertir mais que minha irmã.
— Tudo bem, depois a gente compra uns dez desse pra ela.
— Exagerado.
Minha mão direita está sobre o monte de cartas. Eu estou só de calcinha e com uma camiseta comprida, tão solta que eu sei que provocaria menos se estivesse pelada. Minha pele ainda está bronzeada, mas o branco das marquinhas não destoa tanto. Você esquece que eu, escondida, sou mais parecida com você.
— Olha você…
Você está sentado do outro lado do sofá. Não é a sua casa, e muito menos a minha, que nem sofá tem. O reencontro só existe porque estamos nesse lugar que não é meu. E que não é seu.
Cinzeiros, tabacos e garrafas de cerveja espalhadas. Uma janela grande, com uma vista bonita para um lugar que não importa.
Tudo que foi nosso sempre foi de dentro.
A gente só sairia se quisesse.
— Tá preparado?
— Hahaha. Você ainda acha que eu não te conheço?
— Mas essa é a graça. A gente continuar se desvendando.
Eu não te disse, mas a versão do jogo “Hello Stranger” que eu comprei é apimentada. Tinha imaginado sua cara ao perceber o tipo de pergunta do jogo, me achando muito mais esperta e safada do que eu realmente sou.
— Tcham tcham nam. Bora pra primeira pergunta?