Posses - Parte I
Um conto sobre trocas.
“Boa tarde”
“Oi, boa tarde, quem é?
“Aqui é o Nenho de Tamoê. Foi Seu Valter do mercadinho que passou seu contato”
“Boa tarde, Nenho. É referente ao terreno?”
“É sobre o terreno, sim senhora. Eu trabalho pro suíço que eh o dono. Cuido dos negocio dele”
“Eu tô no trânsito agora, você pode falar mais tarde?
“Blz. Ah e ia c bom mesmo a senhora mim liga. Minha tela do celular ta ruim de ler.”
…
“Boa noite senhora Sueli”
“Boa noite Nenho”
“A senhora pode falar?”
“Consigo daqui a pouco.”
“Pod c”
…
“Desculpa a pergunta, mas vi aqui sua foto do WhatsApp, cê me adicionou nos contatos ne? Apareceu sua foto agorinha… A senhora é aquela moça que tava no mercadinho outro dia? De vestido azul?”
“Sim, estive lá semana passada. Por quê?”
“Nada não… É que achei que a senhora era atriz de novela. Bem diferente das mulheres daqui.”
“Hahaha! Que exagerado, hein? Mas obrigada.”
“Não é exagero não, dona Sueli. Até Valtinho comentou… ‘Moça fina demais pra essas bandas’. Nem parecia que tava procurando terreno.”
“Eu gosto de aventura, Nenho. Mas e aí, me conta mais do terreno?”
“O terreno é bem bonito, mas não tanto quanto a senhora. Fica entre o mangue e a praia, só passarinho e vento. Se quiser ver, eu te levo lá amanhã.”
“Eu tô em São Paulo, Nenho. Agora só volto aí no verão.”
“Ah eh mesmo tinha esquecido. São Paulo eh longe neh? Tem um primo meu que tah morando aí sabia? Diz que até tem trabalho se eu quiser ir. Mas eu nunca fui nao. Gosto mesmo eh do paraíso.”
“Você tá certo, Nenho. A vida da cidade é uma loucura. Tô cansada… Eu tô procurando um lugar tranquilo agora.”
“E desculpa a intromissão, madame, mas a senhora é casada?”
“Olha como ele é direto. Já tinham me avisado dos homens baianos”
“Oxe não eh isso nao senhora. Só pra saber se seu marido ia vir visitar também. Porque cê veio aqui sozinha da última vez”
“Que memória boa, hein. Até agora pouco você nem sabia quem eu era”
“Ah, dona Sueli. Tem mulheres que marcam a gente, sabe?”
“Não sei não….”
….digitando….
“Mas e você, é casado?”
“Mais ou menos.”
“Mais ou menos? Como assim?”
“Minha mulher tá com uma mulher agora.”
“Ela te largou por uma mulher?”
“Oxi, nao fale assim nao, dona. Meu cumpadi disse que toda mulher fica meio doida depois que tem filho e que deve ser só uma fase.”
“Isso é verdade.”
“Vou te ligar.”
…chamando…
— Alô?
— Boa noite, Nenho.
— Boa noite, dona Sueli. Que voz bonita a sua.
— Sua voz que é diferente do que eu imaginava. Voz de homem… Mas vamos falar do terreno. Você vai ganhar uma comissão com essa venda, Nenho? Já conversou com o suíço?
— Já sim, dona Sueli. Tá tudo acordado.
— E faz tempo que você trabalha pra ele?
— Desde pequeno. Mas sonho mesmo era ter um pedaço meu… Mas só dá pra sonhar, né? Agora se der certo da senhora comprar eu tô juntando pra comprar uma moto. Aí consigo fazer uns corres pra ter uma graninha pra criar bem meu filho.
— Que bonito, Nenho. Tem que pensar no futuro mesmo. Nenho, vou ter que dormir que tenho uma reunião amanhã cedo. Depois a gente se fala.
— Tá bom, dona Sueli. Qualquer coisa tô aqui pra senhora. Boa noite.
…
“Bom dia”
“Bom dia, Nenho.”
“Aqui amanheceu um dia lindo, os passarinhos taum cantando. Como tah ai na cidade?”
“Brigada por perguntar. Aqui tá tudo nublado, como sempre. Mas até que é bom que dá pra adiantar o trabalho.”
“Trabalhar eh bom, né? Pena que cansa.”
“E cê tem filho, dona Sueli?”
“Tenho duas filhas. Elas devem ter sua idade até.”
“Num acredito! A senhora em forma desse jeito?? Num pode c.”
“Lá vem você de novo. Não acabei de dizer que tenho idade pra ser sua mãe?”
“Eu num so tão novo assim. As aparências enganam. Mas disposição, isso eu tenho de sobra!”
“E sua mulher então te deixou porquê? Você não tava ajudando a tomar conta do seu filho?”
“É menino, né?”
“Que nada. Sou louco pelo guri. Eh menino, sim senhora. Esperto no mundo. E tarado que nem o pai. Precisava ver como num conseguia largar de chupar os peito. Guloso que nem o pai”
…
“Desculpa senhora. Falei demais? Mi empolgo quando falo do menino”
…
[Na noite do mesmo dia]
…chamando…
— Alô?
— Boa noite, Nenho.
— Que surpresa. Boa noite, senhora.
— Nenho, me fale uma coisa, e pare de me chamar de senhora.
— Sim, senhora. Opa, sim dona Sueli.
— Dona também não… Vamos fazer assim. Como você chama as moças que você tá tentando conquistar?
— Oxe, Sueli, não queria ser desrespeitoso não. Só gostei mesmo da senhora. Além de bonita cê é muito simpática.
— Eu sei, Nenho. Tudo com muito respeito. E quero que você me conte mais sobre o terreno. E de você. Mas faz isso do seu jeito.
— Não sei se tô te entendendo.
— Tá sim, que eu sei, Nenho. Imagina que se você conseguir vender esse terreno pra mim, você consegue comprar sua moto e ganhar dinheiro com os corres. Imagina que junto com isso eu ainda te contrato pra fazer uns serviços na minha casa nova.
— Mas como é isso? É pra eu falar o que eu quiser?
— Exato! É pra você usar sua lábia, Nenho. Brincar com as palavras, sabe? Uma historinha divertida. Finge que eu tô aí pertinho.
— Ahhh. Tipo contar uma resenha? Tipo um causo assim, só que inventado?
— Isso mesmo! Da gente, do terreno… Mas que poderia ser bem verdade…
…
— Tá aí Nenho?
— Tô sim, mulher, tava aqui ouvindo o mar da minha rede.
— Mulher? Hmm, já ficou mais interessante.
— Dá pra ver a lua aí da sua janela?
— Aqui o céu é cinza, Nenho. Já te disse.
— Ah, mulher, lá do seu terreno você vai sentir como se tivesse tomando um banho de lua…E ainda vou fazer uma cerca bem alta pra ninguém te ver de fora.
— E por que ninguém pode me ver, Nenho?
— Ah, mulher, porque cê vai tomar banho de lua peladinha. Tua pele branca e queimada de sol vai ficar toda prateada.
— Tô gostando. E o que mais Nenho?
— Mas cê não vai passar calor não. Vai bater aquela brisa vindo da praia e vai fazer cê ficar toda arrepiada. Já consigo ver seus mamilos ficarem bem duros.
— Hmm meus mamilos estão duros já, Nenho… Mas eu vou aproveitar a lua sozinha?
— Não, mulher. Vou deixar uma abertura secreta na cerca.
— Mas não é perigoso Nenho?
— Não. Ninguém vai saber. Só eu, que conheço esses mato tudo. Vou chegar no escuro, que eu enxergo bem no escuro, sabia? Eu saía à noite com meu pai quando era moleque…
— Nenho, volta pro meu terreno.
— Sim, mulher, você vai estar peladinha tomando seu vinho – eu vi que foi o que você comprou no mercadinho aquele dia, não foi? Já vai tá ficando mole e sorrindo sozinha… e aí vai ouvir um barulho no mato.
— Ai, Nenho!
— Mas calma, cê vai saber que nenhum bicho vai entrar porque a cerca foi bem feita por mim. E vai virar de costas e deixar sua bunda gostosa olhando pra lua…
— Eu vou estar de costas? Esperando alguém chegar?
Não, porque seu terreno é seguro e bem protegido. Você só vai tá relaxada, soltinha, soltinha.
— Mas e aí, Nenho? Que que era o barulho?
— Confia, mulher. Confia que você tá nas mãos certas. Que você vai comprar o terreno de alguém que vai te fazer muito feliz.
— E como que eu vou ficar feliz, Nenho?
— Eu vou chegar do meio do mato, você vai fingir que tá dormindo, ainda virada de costas na esteira. Dessas esteiras de madeira boa bem bonitas, trabalhadas…sei até quem faz.
— Sim, Nenho, a cadeira é bonita. E que mais?
— E eu vou chegar de mansinho. Vou deixar meu facão do teu lado e você vai me ver no reflexo.”
— Mas aí eu vou ficar com medo, Nenho.
— Vai nada, mulher. No reflexo vai me ver e ver meu pau que já vai tá duro de te ver toda peladinha.
— E seu pau é grande, Nenho?
— É grande, mas cê preocupa não que é confortável. Não machuca. Encaixa direitinho.
— E que que cê vai fazer com seu pauzão, Nenho?
— Vou subir em cima de você, mas sem apoiar, sabe? Porque sou pesado, mas pesado de forte. Só pra você sentir meu pau roçando na sua bunda. Cê vai ficar molhadinha, pedindo pra eu enfiar.
— Vai, Nenho, enfia!
— Não, mulher. Vou te virar pra te ver de frente. Olho no olho. Pra ver que você tá vivendo o momento.
— Eu tô, Nenho. Mete, vai
— Ô dona Sueli, liga aí a câmera do seu celular vai. Deixa eu te ver.
— Não dá, Nenho. Tô aqui esperando uma amiga chegar... Deixa a sua imaginação fluir… Tô morrendo de tesão por você e esse terreno.
— Mas…
— E aí Nenho? Você me vira e eu tô te olhando. Olhando seu pau grande me encarando. Posso te chupar?
— Vai, mulher. Chupa!
— Que delícia, Nenho. Quase não cabe, de tão grande que é… hmmm.. Você vai gozar na minha boca?
— Oxe, claro que que não. Quero gozar dentro de você.
— Então, mete, Nenho.
— Mas e a camisinha, mulher?
— Ô Nenho, eu não tenho mais idade pra ter filho não. Só vem.
— Ah, então tá bom. Aí mulher, eu te dou uma cuspidinha na sua boceta cheirosa de perfume caro e espalho até seu cuzinho com a mão. Você gosta de lambidas?
— Uhum.
— Começo a te lamber de baixo pra cima, e cê tá tão molhada. Meus dedos tão perto do seu cu apertado. Tá querendo, né? Tá abrindo e fechando que eu tô sentindo. Cê tá gemendo?
— Ahh, sim, Nenho, tô gemendo. Quero muito que você me coma.
…
…
…
— Nenho?
— Ih, peraí, dona Sueli. Meu filho tá aqui querendo mexer no celular. Depois a gente se fala. Mas o terreno é bom mesmo, viu.



